terça-feira, 4 de novembro de 2008

clipping 04/nov - Fio dental: use-o sempre, com moderação

Prezados leitores,

Em tempos de crise o melhor é olhar sempre para a sua esquerda....

A edição agradece contribuição dos leitores.

Histórias da vida cotidiana....

Andréas sempre foi um homem animado, alemão, veio ao Brasil 12 anos atrás quando era ainda um adolescente de 16 anos. Apesar da família rica, sempre gostou das coisas simples da vida. Sua paixão eram as viagens. Aliás, sua única paixão, há anos não tinha um relacionamento duradouro. E como queria um. Todos os dias sonhava em encontrar a garota dos seus sonhos. Ficava sozinho, imaginando:

"- Como ela seria? Alta? Não.... no máximo 1,65m"

Ele era alto e forte, mas preferia as mulheres mais baixas, dizia: "- não há nada igual a um belo par de seios encostados na barriga... "

(vai entender!)

Nada de loiras, também, já bastava toda sua família. Ele adorava mesmo as morenas...

" Ah! as morenas, aquelas com traços indígenas, cabelos longos e grossos."

Coisa de Europeu, sabe, né. Logicamente era a favor da miscigenação, queria lindos filhos com pele branco-acrílico e longos e grossos cabelos negros.
Mas o fundamental para ele era o bom humor, tinha que ser alegre, gostar de falar bobagens e principalmente tomar umas cervejinhas com a galera.

"-Mas essa mulher não existe!" pensava ele.

E assim continuava com sua rotina, um dia em Aspen para o Snowboard, outro dia em Nova York na Broadway, depois em Paris no L'Autre Café. Na verdade ele se sentia como se estivesse procurando algo, mas não encontrasse.
Surfista desde os 12 anos, sempre que dava ia até Maresias, litoral norte de São Paulo, pegar onda.

Lá, um dia, a sorte iria sorrir para ele. Um grande e belo sorriso ou como diriam os índios um porãga yuru. Andréas andava pela praia com sua prancha, enquanto conversava com seu amigo Mateus.
Falavam de coisas do dia-a-dia, bolsa de valores, futebol, as úlitmas notícias do Clipping (!!!), essas normalidades da vida. Ele não sabia, mas a possível mulher da sua vida estava logo mais a frente, deitada na sua canga.

Ela era tudo que ele sempre sonhou, e mais ainda. Estava exuberante, como se ela soubesse que era o dia "D". O cabelo e a pele decidiram que naquele dia estariam perfeitos. Ela caprichou também na produção, vestia um lindo Maiô Preto de Lycra (!!!!).

A verdade que ela o viu primeiro, de longe. Seu coração acelerou, parecia que iria pular pela boca. Foi amor à primeira vista, sem dúvida. Aquele homem seria o pai de seus filhos. Ela não conseguia desviar seus olhos de Andréas. Quanto mais perto, mais ela sentia a pressão aumentando, mas ao mesmo tempo estampava um sorriso único, sublime, daqueles que fazem a gente tropeçar só de olhar.

Andréas, distraído no papo ainda não a tinha visto.

"- Mas vai, o destino nos trouxe aqui", pensava a garota do Maiô Preto de Lycra.

A poucos passos dela, Andréas tem uma intuição muito forte, como se algo estivesse gritando pela sua atenção. E quando estava pronto para olhar a sua esquerda, Mateus aponta para uma mulher que estava caminhando para o mar.

Loura, alta... bem alta, barriga chapada.

"- Qual é Mateus, essa mulher não é meu tipo, você sabe"
"- Mas olha esse fio dental, cara!"
"- É só faltava tá de Maiô Preto..."
Texto by Danilo Piconni, leitor fiel deste folhetim.


Moral da história
Fio dental: use-o sempre, com moderação....



Foto taken on Jan 25th, 2008


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