segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Just for the record...Carlos Drummond de Andrade

"As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira,
no eclipse.
Amor foge a dicionáriose a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga
nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."

Isso sim é amor...
A edição



clipping 29/dez - Crise


domingo, 28 de dezembro de 2008

clipping 27/dez - Mais ou menos...

Prezados leitores,

A edição presenciou inusitado momento de criatividade de fiel leitora durante feriado prolongado de natal. Tomada por uma insaciável sede fiél leitora, também detentora de meio público pelo qual expressa suas opiniões, propôes a seguinte anedota: "Mais ou menos. Você consegue definir?"

Algumas testemunhas afirmam que fiel leitora, antes da interdição parcial de si mesma, abordou outrem durante evento social à procura da melhor resposta. Outrem acanhado preferiu não comentar acerca de tão inusitada anedota, posta tão tardiamente.

Prezados leitores, por favor desculpem eventuais coincidências e não se sintam acanhados. Fontes seguras informaram que fiel leitora passa bem, apesar de continuar interditada mas, não mais sente sede e se prepara para a passagem de ano em pleno estado de consciência. Fiel leitora esperamos tê-la conosco!

A edição saiu às ruas coletando testemunhos. Eis algumas respostas.

1 - Mais ou menos é o que se diz quando não se quer dizer não... fonte: led@veteranodavilla.omalleys.com
2 - Mais ou menos é bom! Veja só: Você realmente não acredita que sim mas todo mundo diz que sim logo, mais ou menos. Mais ou menos neste contexto é quase um mais no entanto chega a ser quase um menos, entende? fonte: anônimo@omalleys.com.poca
3 - Mais ou menos é definitivamente mais apenas dito de uma maneira tão diferente que passa quase a ser um menos - fonte: amigadoanonimo@omalleys.com.poca

Leitores sintam-se à vontade para expressar suas opiniões.

A edição.

clipping 25/dez - A edição entrevista Santa Claus

"And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky..." Damien Rice

A edição: Santa o sr. se vê como um herói?
Santa: O mundo nos anos 00 tornou-se um episódio único e privilegiados são aqueles que têm a oportunidade de vivenciá-los. Herói? Talvez. Mas definitivamente um privilegiado. Estou aqui. Minha imagem é vista como a de um herói.

A edição: Privilegiado? Por que?
Santa: Todos nós somos. Vivemos um mundo líquido. Cheio de enigmas ainda sem solução e a nós nos foi dada a oportunidade de criar histórias, fazer histórias, ser a própria história deste mundo líquido.

A edição: Mas todos somos de carne e osso. Por que o sr vê o mundo como líquido?
Santa: Observe ao seu redor. Não temos mais profundidade em tudo aquilo que vivemos. Quantos amigos vc tem que lhe acompanham desde a infância por exemplo? O próprio sentido do Natal. Pare para pensar. Tudo se passa como se a troca de presentes fosse o momento alto deste episódio. Vc já parou para pensar por que "presente" tem este nome? A história nos conta que as comemorações do natal levavam 12 dias para ocorrer pois este teria sido o tempo que os reis magos levaram para encontrar o menino e entregar-lhe seus presentes. Estes presentes (mirra, incenso e ouro) deveriam suprir as necessidades deste menino até que ele se tornaria homem.

A edição: Ok. Mas daí a imaginar que vivemos em um mundo líquido em que mantemos a quantidade de matéria e aproximadamente o mesmo volume no entanto, sem uma forma definida e sem que a posição relativa da partículas possam se manter estáveis me parece um pouco exagerado.
Santa: Líquido ou superficial ou raso, sem profundidade. Como queira. Tudo o que é líquido escorre e corre, não? A velocidade da vida hoje nos impede de aprofundar determinados assuntos. Me parece que vivemos constantemente correndo uns dos outros. Esbarrando uns nos outros sem necessariamente interagirmos uns com os outros.

A edição: Como o sr. imagina que o seu próximo natal será?
Santa: A pele, nosso maior órgão, deveria ser encarada com mais seriedade. Deveria ser usada como elemento de contato, não apenas como proteção e barreira. O abraço entre pais e filhos, netos, sobrinhos, afilhados, primos, o toque entre amigos, isso tudo deveria ser o mais importante. Estes deveriam ser os presentes trocados. Afinal de contas, o presente tem este nome por que deveria se fazer presente. Não apenas à meia noite do dia 24 para 25 de dezembro mas em todos os momentos da vida.

A edição: ...
Santa: Há algum tempo tenho observado algumas comemorações mais de perto. Uma em especial merece destaque pois ela se repete durante as 52 semanas do ano. E é isso que faz esta comemoração específica tão única e realmente especial. Faço questão todos os anos de aparecer à porta desta família por volta das 00h40 a.m e abraçar cada um deles.

A edição: Sim. Abraços não são tão comuns e são vistos por muitos como demonstrações exageradas de afeto. Particularmente gostaria de dizer que um bom abraço ajuda muito. Principalmente aqueles que te tiram do chão. São os melhores. Santa, gostaria de agradecer-lhe por dar aos fiéis leitores deste folhetim esta oportunidade única. Obrigada e boas férias!

E vcs prezados e fiéis leitores? Já abraçaram alguém querido hoje?
Please! Be my guest...

Bom Natal a todos.
E que o mundo volte a ter fases sólidas.

A edição.